Os dois sargentos e dois cabos estão no total acusados de 14 crimes de abusos de autoridade por ofensas à integridade física. Os relatos incluem pontapés, murros, chapadas e chicoteamento com uma silva, entre outras ofensas.

A intenção dos instrutores era «fazer sofrer as suas vítimas», escreveu a procuradora no despacho de acusação. Assim, a magistrada concluiu que os instrutores dos Comandos «quiseram molestar fisicamente os ofendidos bem sabendo que o seu comportamento era de molde a causar sofrimento extremo e sequelas irreversíveis e incapacitantes do normal uso do corpo».

Um recruta relatou ao Ministério Público que levou do instrutor uma chapada no ouvido direito que lhe perfurou o tímpano, não tendo recebido qualquer tipo de assistência médica.

Este instrutor, «por diversas vezes e sem motivo que o justificasse, bateu com a cabeça dos instruendos no solo até que houvesse sangue», lê-se ainda no despacho. Outro formando relatou que um instrutor «colocou-lhe uma presilha à volta do pescoço fazendo força física, dificultando a respiração do ofendido que acabou por desmaiar».